domingo, 2 de março de 2008

O mundo é um moinho

"O mundo é um moinho" como já dizia o Cartola, "vai triturando nossos sonhos, tão mesquinho"...
Recebi o poema abaixo de um garoto a quem tenho um carinho especial e uma admiração, mas não é só isso, tenho esperança que ele seja uma pessoa melhor do que as que a gente vê por aí.
Mas o moinho do Cartola ou a Roda Viva do Buarque vai levando pra longe de nós as coisas que nos dão acalento, esperança. Talvez seja pra gente não acomodar.

Eu vou perder meu amigo por causa da distância (está de mudança pra Roraima) e vinha pensando nisso de uns tempos pra cá, aí ele me manda seu poema (muito bem escrito) que também fala sobre perda... O mundo é mesmo um moinho mesquinho!

As pessoas mortas

As pessoas que nós amamos
vão embora de nossas vidas
Deixando rastros de tristeza e solidao


As pessoas que nós amamos
vão embora de nossas vidas
sem deixar rastros de alegria ou confiança

As pessoas que nós amamos
vão embora de nossas vidas
sem deixar o amahecer chegar

As pessoas que nós amamos
vão embora de nossas vidas
deixando um deserto em nosso coraçao

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(dedico esse poema à minha falecida avó Maria)
Lennon Caue - 13 anos

**

Já esse eu escrevi há uns tempos atrás sobre pessoas mentirosas que a gente conhece (ou pensa ter conhecido), daquelas que a gente pensa que são amigas mas não são, ou são apenas em certas circunstâncias.

Soneto dos Insetos

Anda errado quem pensa que sou boa,
que sou ruim ou choro e rio à toa;
Esses que julgam, condenam, punem,
e o fazem a todas as pessoas.

Engana-se quem diz bem conhecer-me;
Aqueles que fingem de mim gostar,
e, por ver-me fingir acreditar,
tratam-me como querem ser tratados.

Tolo quem, sendo pó, sofre calado.
Prefere o coice a ser rejeitado.
Mantêm-se enojado mas não vomita,

Tem liberdade mas choroso fica.
Sois desagradáveis e amo-vos,
como quem ama a vespa que o pica.

Marcella santos


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